Uma revista que se lê e que se vê
30
O medo
Frédéric Neyrat
Frank Furedi
Pedro Levi Bismarck
Miguel Benasayag
Jonathan Rosenbaum
Pascal Quignard
W. J. T. Mitchell
Thomas Mann
Tillmann Lahme
Julia Wachtel
Sex Epistles
Kenneth Anger
Alfred Kinsey
Thomas Dylan Eaton
O eterno mantra feminista
Yannick Ripa
Gentrificação
Anne Clerval
Outono 2025
Sobre esta edição

Hoje, quem não tem medo? E quais são os nossos medos? “O medo” é o tema do dossier central da Electra 30. Assunto omnipresente no discurso político e cultural da actualidade, é aqui analisado nas suas intenções, funções e efeitos. Conceituados autores têm estudado as múltiplas dimensões deste tópico, que ocupa hoje um lugar fundamental na vida quotidiana. O seu poder não decorre apenas de causas objectivas e incontroláveis — como a guerra, a crise ecológica ou a instabilidade económica —, mas também do seu uso deliberado como instrumento nas práticas de governo. Na história do pensamento ocidental, o medo tem sido um elemento estruturante de várias antropologias filosóficas. É, também, uma das matérias-primas da História: ao longo dos séculos, caracterizou épocas, deu forma a regimes e alimentou dinâmicas colectivas. Neste dossier, reúnem-se textos e entrevistas que procuram pensar os medos específicos do nosso tempo, nascidos das actuais condições históricas, sociais, políticas e culturais, com contributos de autores como Frank Furedi, Miguel Benasayag, Frédéric Neyrat, Pedro Levi Bismarck, Jonathan Rosenbaum e António Guerreiro. 

Na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas duas entrevistas: uma com o escritor francês Pascal Quignard, autor de uma imensa obra literária que atravessa vários géneros, que dialoga com outras artes e é marcada pelas suas incursões culturais e históricas, com destaque para a Antiguidade Romana; outra com o académico norte-americano W. J. T. Mitchell, uma das referências maiores no campo dos estudos visuais, que nos fala dos novos desafios colocados pelas máquinas digitais e a inteligência artificial, e sobre as dificuldades de entrever a própria sobrevivência da espécie humana no actual clima político.

Julia Wachtel, consagrada artista norte-americana, é autora do portfolio desta edição, representativo de uma obra de grande sedução visual em que está presente um pensamento crítico que interroga as imagens e a sua incessante proliferação. Este trabalho é acompanhado por um texto do poeta e ensaísta Arthur Solway. 

Tilmann Lahme, reconhecido especialista da família Mann e dos seus notáveis membros, escreve para a Electra um ensaio interpretativo que nos revela a figura do grande escritor Thomas Mann, que se tornou símbolo de um tempo e de um mundo, dos seus conflitos e tragédias. 

Na secção “Arca de Noé”, o escritor e curador Thomas Dylan Eaton conta-nos a relação do cineasta Kenneth Anger com o biólogo Alfred C. Kinsey e com o instituto de investigação por ele fundado, que revolucionou o entendimento sobre a sexualidade humana. 

Ainda nesta edição a investigadora Anne Clerval reflecte sobre a gentrificação das cidades, partindo do caso de Paris; a historiadora Yannick Ripa evoca o cinquentenário da criação pela ONU do Dia Internacional da Mulher e da aprovação, em França, da Lei Veil, que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez; o curador Frederico Duarte visita Chemnitz, nomeada Capital Europeia da Cultura 2025, viajando também pelas cidades que ao longo dos anos foram sucessivamente escolhidas para darem corpo a esta ambiciosa iniciativa; e o jornalista José Vítor Malheiros escreve sobre a palavra “Estabilidade”.

Pascal Quignard: «Sou um escritor das ruínas.»

Pascal Quignard: «Sou um escritor das ruínas.»

Thomas Mann: o homem que não podia amar

Thomas Mann: o homem que não podia amar

O medo

O medo

As declinações contemporâneas do medo

As declinações contemporâneas do medo

Fobopolítica. Uma análise do pavor contemporâneo

Fobopolítica. Uma análise do pavor contemporâneo

A cultura do medo

A cultura do medo

Notas para uma antropologia da catástrofe

Notas para uma antropologia da catástrofe

Miguel Benasayag: O medo, essa paixão triste

Miguel Benasayag: O medo, essa paixão triste

A estética e a política do medo

A estética e a política do medo

«Um passo em frente, dois atrás», o eterno mantra feminista

«Um passo em frente, dois atrás», o eterno mantra feminista

Sex Epistles: Kenneth Anger e o Kinsey Institute

Sex Epistles: Kenneth Anger e o Kinsey Institute

W. J. T. Mitchell: «Somos bons a criar coisas que tornam as nossas vidas impossíveis.»

W. J. T. Mitchell: «Somos bons a criar coisas que tornam as nossas vidas impossíveis.»

Julia Wachtel

Julia Wachtel

Os processos de gentrificação, reflexões a partir do caso de Paris

Os processos de gentrificação, reflexões a partir do caso de Paris

A propósito do tema central da edição 29 da revista Electra, “O corpo”, realiza-se na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, no seu auditório, uma conversa que irá decorrer na próxima quarta-feira, 24 de Setembro, às 18h.

Daniel Blaufuks, autor do “Livro de Horas” da Electra 29, apresenta o projecto Japanese Journals no Pavilhão de Portugal na Expo Osaka 2025.

A Electra participa na Feira do Livro do Porto, que decorre de 22 de Agosto a 7 de Setembro.

Uma iniciativa do Institut Français du Portugal, que este ano explorará o tema Poder de Agir – Em busca de um novo horizonte de universalidade, no dia 25 de Junho, das 18h às 24h, no Teatro São Luiz, em Lisboa.