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A Estupidez é o tema do dossier do segundo número da revista Electra. A estupidez social e política, a coletiva e individual. A estupidez da nossa época, porque – citando Gustave Flaubert - “a estupidez é de todos os tempos, mas cada tempo tem a sua estupidez”. O tema é abordado por Yves Michaud, professor de filosofia e crítico de arte, num ensaio sobre o impacto da massificação e do excesso de informação; pela filósofa americana Avital Ronell, com uma análise do fenómeno e do conceito da estupidez e da forma como este pode ser apropriado pela filosofia e pela literatura; pela artista italiana Serena Giordano que aborda a importância da estupidez na arte; e pelo sociólogo Alessandro Dal Lago, com o artigo “Idiotia, Identidade e Migrações”; António Baião e António Pedro Marques falam sobre o triunfo do discurso da estupidez no espaço público digital.
O entrevistado desta edição é Salvatore Settis, historiador de arte e arqueólogo, conhecido pelas suas intervenções públicas e ensaios sobre a forma como a gestão política e económica pode ameaçar o património. Considerando o exemplo do Airbnb, o arquitecto e curador britânico Jack Self trata da alteração na relação do público e do privado. O escritor catalão José Ángel Cilleruelo fala da sua cidade deixando esta pergunta provocatória: que diabo vêm os turistas ver a Barcelona?
O tema da reedição dos panfletos anti-semitas do escritor francês Louis-Ferdinand Céline, está na Electra com dois especialistas que apresentam posições opostas sobre estes “textos infames”: Pierre-André Taguieff, filósofo e politólogo, e Serge Klarsfeld, ativista e “caçador” de nazis.
Neste segundo número é publicado um portfólio do artista americano Dean Monogenis; um diário de Ted Bonin, galerista em Nova Iorque; e um perfil de Nick Cave, da autoria de Bernardo Futscher Pereira. Éric Marty comenta uma citação de Roland Barthes e explica o contexto em que ela nasceu; a historiadora Kristin Ross assinala o Maio de 68, os seus efeitos e a sua actualidade.
Na secção “Obras Escolhidas”, Pedro Levi Bismarck fala-nos sobre arranha-céus e a sua relação problemática com a cidade; André Dias aborda a abjecção no cinema contemporâneo; João Pinharanda e José Gil visitam a exposição retrospectiva do artista Álvaro Lapa, apresentada no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves. Na secção “Dicionário das Ideias Feitas”, Pê Feijó escreve sobre a palavra “imaginação”.