O dossier desta edição é sobre «O dinheiro». Porque, como se diz na sua apresentação o poder do dinheiro está em todo o lado, e tudo determina, é o último xamã que podemos invocar neste mundo completamente secularizado. Assim, o filósofo Yves Citton fala-nos da volatilização do dinheiro; o poeta e ensaísta Christophe Hanna liga o dinheiro à escrita; o sociólogo e filósofo Maurizio Lazzarato escreve sobre a moeda, a dívida e a guerra; o antropólogo José Gabriel Pereira Bastos decifra o dinheiro recorrendo à Antropologia e à Psicanálise; António Vieira aborda o ensaio de Pierre Klossowki A Moeda Viva; o filósofo Anselm Jappe pergunta se pode o dinheiro levar à loucura a professora e economista Margarida Abreu escreve sobre o funcionamento do sistema monetário e financeiro; numa entrevista conduzida por António Guerreiro, Nathalie Quintane percorre o território da arte contemporânea, do seu mercado e instituições.
O número seis da Electra apresenta um portfólio do artista e escritor Edmund de Waal, também autor da capa deste número, com imagens e texto sobre a sua exposição patente em Veneza durante a Bienal de Arte 2019, e um caderno inédito de desenhos do Arq. Álvaro Siza, com um diário visual da sua viagem ao Peru.
Nesta edição é entrevistado António Coutinho, cientista português, imunologista de renome internacional e antigo director do Instituto Gulbenkian de Ciência, que numa conversa conduzida por Vasco M. Barreto fala sobre a ciência e as suas instituições, filosofia e política.
Na secção «Diagonal», Donatella di Cesare e Bruno Peixe Dias debatem as ligações entre Ética e Política. Na secção «Obras Escolhidas», o historiador de arte João Pinharanda, a partir da exposição de Lourdes Castro no Museu da Ocitânia, em Sérignan, abre novas perpectivas sobre a subtil obra da artista portuguesa, e João Oliveira Duarte analisa a longamente esperada publicação do quarto volume da História da Sexualidade, de Michel Foucault.
Também neste número, o escritor Gonçalo M. Tavares propõe duas abordagens para o conceito de «desafio»; Kathleen Burk evoca A.J.P. Taylor, um dos historiadores mais influentes e polémicos do século XX; o arquitecto Ulf Meyer faz a história da escola Bauhaus e a sua presença no nosso mundo contemporâneo; José Maria Vieira Mendes comenta um verso de Johann von Goethe; a arquitecta Suiça Isabella Pasqualini aborda o espaço urbano como performance e a pianista Gilda Oswaldo Cruz revisita a história da cidade do Rio de Janeiro.