Conta-se que, estando um dia em Madrid para inaugurar uma exposição sua, o levaram a ver o Museu do Prado, que antes nunca visitara. Atravessou, com passos fugidios e gestos fixos, as grandes salas onde, das paredes, as obras de Velázquez e de Goya, de Fra Angelico e de Rafael, de Bosch e de Dürer, de van der Weyden e de Caravaggio dão a ver as formas e as cores, as linhas e as luzes. Nessa travessia, tão veloz que apenas dava para lançar um olhar distraído e distante às obras-primas que o tempo foi escolhendo para nos entregar, terá demorado quinze ou vinte minutos. No final da visita-relâmpago, entrou na loja do museu e ficou mais de meia hora a ver, com atenção e desvelo, cuidado e curiosidade, além de outros produtos e gadgets, as reproduções e réplicas, cartazes e estampas do que não tivera vontade de ver no original. Era assim Andy Warhol ...