A Curiosidade é o assunto do dossier da nova edição da revista Electra. A partir de um conjunto de textos (da autoria de Olga Pombo, Neil Kenny, Pedro Russo, Federico Ferrari, Lionel Ruffel, António Guerreiro) que convocam questões do conhecimento, da ciência, da arte, da moral e da religião, traça-se a história da Curiosidade - as suas variações e mudanças ao longo das épocas – tentando compreendê-la como um fundamento essencial do nosso tempo.
Em destaque, no número 12 da Electra, está a apresentação, em pré-publicação mundial, de um capítulo da biografia de Fernando Pessoa, que um dos maiores especialistas mundiais no poeta, Richard Zenith, tem vindo a preparar e a escrever ao longo dos últimos anos, e cuja edição em inglês será lançada no Verão deste ano, saindo a edição em português no Outono. Esta pré-publicação de um capítulo de Pessoa: Uma Biografia, serve como anúncio de uma obra doravante fundamental para os estudiosos e leitores de Pessoa.
Nesta edição, publica-se uma rara entrevista ao realizador Pedro Costa e que se constitui como uma viagem pelo seu trabalho e por tudo o que o envolve. Pedro Costa dá ao que faz um pensamento tão pessoal e singular como a sua obra que hoje tem um amplo reconhecimento internacional.
Na Electra 12 continua-se a falar de cinema ao esboçar-se o perfil do realizador Joaquim Pinto; Afonso Ramos escreve sobre “especulação”; o historiador norte-americano Bradley W. Hart faz o retrato dos anos 20 do século XX, uma década perigosa e fascinante, em que “nunca houve um regresso à normalidade”; publicam-se dois textos sobre Lisboa, escritos por Nélio Conceição (imagens e representações da cidade) e por Nuno Fonseca (a paisagem sonora); sobre Paris escreve, misturando a sua memória e a de outros, o músico e escritor Adolfo Luxúria Canibal; João Constâncio comenta uma frase de Henry de Montherlant, mostrando como ela pode hoje ser interpretada à luz da «desrazão» que alastra no nosso tempo; a pianista sul-coreana Yeol Eum Son escreve, num diário atravessado pela pandemia, sobre o presente e o passado do mundo; e o portfolio desta edição é da autoria do artista austríaco Heimo Zobernig, que inaugurará a sua próxima exposição no mumok, em Viena.