Inverno 2023/24
Edição 23
A atenção
Yves Citton
Enrico Campo
Mark Wigley
Georg Franck
Claire Bishop
SvetlanaAlpers
PhilipeDescola
Milan Kundera
ChristianSalmon
Kavafis
Nikos Pratsinis
Mª H. Vieira da Silva
Psicadélicos
Marcelo Leite
Sobre esta edição

A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop.

Nesta edição, na secção "Primeira Pessoa", são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura.

A secção "Furo" apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada.

Na Electra 23, é publicada, na secção "Figura", um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção "Passagens", uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera.

Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra "Confortável".

Svetlana Alpers: «Suspeito das palavras e das imagens.»
Svetlana Alpers: «Suspeito das palavras e das imagens.»
A Fonte dos Incrédulos de Saragoça
A Fonte dos Incrédulos de Saragoça
A atenção
A atenção
As regras e os limites da atenção
As regras e os limites da atenção
Da economia da atenção à economia da curiosidade
Da economia da atenção à economia da curiosidade
Repensar a política da atenção: entre a medição e o cuidado
Repensar a política da atenção: entre a medição e o cuidado
Arquitecturas da desatenção
Arquitecturas da desatenção
As várias faces da economia da atenção
As várias faces da economia da atenção
Claire Bishop: Atenção desordenada
Claire Bishop: Atenção desordenada
Oito perguntas sobre a poesia de Kavafis
Oito perguntas sobre a poesia de Kavafis
Sobre esta página brilhou o sol
Sobre esta página brilhou o sol
Milan Kundera: «Um homem sabe que é mortal, mas tem como certo que a sua nação possui uma espécie de vida eterna.»
Milan Kundera: «Um homem sabe que é mortal, mas tem como certo que a sua nação possui uma espécie de vida eterna.»
Philippe Descola: «Nós, modernos, somos os únicos a pensar a diferença entre natureza e cultura.»
Philippe Descola: «Nós, modernos, somos os únicos a pensar a diferença entre natureza e cultura.»
Maria Helena Vieira da Silva: Viagem a Itália
Maria Helena Vieira da Silva: Viagem a Itália
O segundo advento dos psicadélicos
O segundo advento dos psicadélicos
Cidades enterradas
Cidades enterradas
Rui Chafes: a moral da história
Rui Chafes: a moral da história