Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Enquanto percorria os caminhos que a levaram a Milão, Verona, Pádua, Veneza, Bolonha, Florença, Pistoia, fazia, a lápis, esboços rápidos do que via, num caderno de apontamentos. Ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar, num tom cúmplice, as suas impressões, descobertas e sensações. Estes desenhos e estas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, permaneceram inéditos. Pertenciam ao legado pessoal da artista, que foi depois integrado no acervo da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Uma selecção destas imagens e palavras é revelada pela Electra, constituindo um documento muito interessante dos anos de aprendizagem da grande pintora Maria Helena Vieira da Silva, que nasceu em Lisboa e viveu em Paris, e cuja obra magistral está representada nos mais importantes museus e colecções do mundo.