Passagens
«Nada é menos espectacular do que uma calamidade...»
Sebastian Dieguez

A pandemia da covid-19 e as consequências sobre as nossas vidas arrastam-se, tornando-se uma «anormalidade normal», com a sua trágica melancolia e a sua desesperante monotonia. No seu romance A Peste, um clássico da literatura existencialista escrito como crónica da vida quotidiana durante uma epidemia, o escritor Albert Camus usa a doença, o contágio e o medo para uma poderosa meditação filosófica sobre os comportamentos humanos. Ensaísta e cronista, Sebastian Dieguez é neurocientista da Universidade de Friburgo e tem-se ocupado, no seu trabalho de investigação, da relação entre psicologia, ciências cognitivas e literatura. Nesta edição, comenta uma passagem do livro de Camus.