Nestes primeiros meses de 2022, as celebrações do centenário do nascimento de Pier Paolo Pasolini estão a multiplicar-se exponencialmente: universidades, centros culturais, revistas, bibliotecas, programas de rádio, museus, autarquias, editoras e produtoras de cinema dedicam ao artista encontros, iniciativas especiais, conferências, exposições, projecções, debates, documentários e uma série de novas publicações. E tal não acontece apenas em Itália. Talvez nenhum outro escritor italiano tenha sido alvo de tantos festejos, excepto Dante, celebrado no ano passado por ocasião dos setecentos anos da sua morte. O que impressiona, porém, não é só a quantidade de iniciativas dedicadas a Pasolini, mas também o fervor que as acompanha. Como explicar tudo isto?