Arte contemporânea é o nome útil, mas sem significação definida, para designar o extenso e heterogéneo universo das experiências artísticas do nosso tempo, muito marcadas pelo triunfo dos novos media, mas sem que isso implique a extinção dos media clássicos, até porque a ideia modernista de «superação» deixou de ser válida. Objecto de debates e polémicas insistentes, a arte contemporânea tem sido assediada pelas questões do valor, dos critérios do juízo estético, da autonomia face às instituições e ao mercado da arte. Nunca antes a arte tivera ao seu serviço tantas instituições: centros de arte contemporânea, museus, feiras, bienais e galerias criaram um «sistema» com as suas regras e os seus códigos, multiplicaram e hierarquizaram espaços de consagração, mas também novos modos de legitimação. Este dossier que elaborámos sobre arte contemporânea, a partir de um olhar ecléctico, numa perspectiva que é a da crítica e a da sociologia e economia da arte, contempla as questões estéticas e as formas artísticas, mas também o funcionamento desse sistema e as suas determinações. Para escrever sobre estes vários aspectos da arte contemporânea, convidámos artistas e teóricos de renome internacional: Camille de Toledo, Yves Michaud, Paul Werner, Jovan Mrvaljevic e Gregory Sholette.