Alejandro Aravena nasceu em Santiago do Chile em 1967, e não consegue precisar quando é que se apercebeu de que era arquitecto. Esse momento esteve certamente relacionado com o seu trabalho nos programas de arquitectura social. De facto, se se tivesse de usar uma expressão para o descrever, seria «habitação a preços acessíveis». Esta associação faz todo o sentido para alguém que está convencido de que a habitação pode ser usada como ferramenta contra a pobreza. O seu reconhecimento internacional chegaria com o complexo de habitação social Quinta Monroy, em Iquique, no Chile, que permitiu a permanência de famílias que residiam informalmente nessa área. Foi projectado no seu atelier de arquitectura — Elemental — em 2003. Licenciou-se no Chile, em 1992, e estudou em Veneza no ano seguinte. Foi professor de arquitectura na Universidade de Harvard até 2005 e em 2016 ser-lhe-ia atribuído o Prémio Pritzker. No mesmo ano, foi curador da secção de Arquitectura da Bienal de Veneza, onde lançou o tema «Reporting From the Front», expressando a sua convicção de que «o avanço da arquitectura não é um objectivo por si só, mas uma maneira de melhorar a qualidade de vida das pessoas». É uma convicção que reafirma mais uma vez nesta entrevista.
O arquitecto chileno, a passar por Lisboa numa das suas visitas de acompanhamento à construção do prolongamento do edifício-sede da EDP, na Rua D. Luís I, explicou que ser arquitecto também passa por «ter gratidão pelas oportunidades que as pessoas dão», e que as comunidades urbanas também ajudaram a determinar prioridades: «Não nos podemos dar ao luxo de perder esse conhecimento.»
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