Franco Berardi, mais conhecido por «Bifo», é um filósofo italiano, autor de uma obra imensa e plural que incide sobretudo sobre o funcionamento do capitalismo pós-industrial e as suas transformações operadas pelas tecnologias da comunicação que estão na base daquilo que ele designa com o conceito de «semiocapitalismo», caracterizado por um substituição da vida real pelos signos, pelos simulacros e pelos algoritmos. Filosofia, teoria política, sociologia, psicanálise, teoria da comunicação na época da digitalização: estes são os territórios onde Franco Berardi se move para identificar os sintomas e as características profundas do mundo em que vivemos.
A sua ligação ao operaismo italiano ou, melhor, ao movimento da Autonomia (designação preferida por Franco Berardi, e que é sem dúvida menos restritiva e mais adequada) e às figuras desse movimento, tais como Toni Negri e Mario Tronti, constitui a sua inscrição político-teórica fundamental que coloca no seu centro as noções de trabalho e de classe. O seu primeiro livro, publicado em 1970, chamava-se precisamente Contro il lavoro.
Podemos ler nesta entrevista uma análise ao regime contemporâneo do trabalho, de onde decorrem também algumas considerações sobre o lazer. Trabalho e lazer: eis uma dicotomia que ocupa um lugar central no tema de que nos ocupamos neste dossier.
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