Acontecer, acontece não encontrar as palavras, embora saibamos onde elas se escondem: debaixo da língua. Parece fácil recuperar as dissimuladas, porque relativamente à mão, é como quem diz, mas não basta destapar-lhes o covil para desatar o nó das palavras esquecidas, abandonadas pela memória. O meu caso? Ao espelho, observei-me a repetir novo- -normal, na realidade um conceito com idade para ter juízo. Podia e devia ignorar estes factos da minha intimidade e assim o farei, sobretudo porque debaixo deste texto aqui impresso existe um outro, brilhante, que nunca verá a luz da tinta no papel, a luz deste túnel do tempo onde nos encontramos com origem no latim para o caso de novo — novum, coisa nunca vista, e normalis, no caso de normal ou o rame-rame sem surpresa.