Apresentada em França, no Museu da Occitânia, a exposição de Lourdes Castro, comissariada por Anne Bonnin, foi uma revelação, tendo sido «recebida com espanto e entusiasmo». É isso que, nesta memória descritiva e crítica, nos diz João Pinharanda. Partindo da exposição e do itinerário nela proposto, este curador e historiador de arte abre novas perspectivas no modo como olhamos uma obra tão original e subtil, envolvente e fugidia. Feita de luz e de sombra, ela surge como se estivesse suspensa no espaço e no tempo. Melhor: como se estivesse suspensa entre o espaço e o tempo. É essa eternidade do instante que faz da sua contemporaneidade um fascinante enigma visual e um insinuante mistério poético.