Editorial
A certeza de si
José Manuel dos Santos e António Soares

Tornar presente Friedrich Nietzsche no começo do que escrevemos é sempre tentar olhar o que estamos a ver com olhos mais sábios e mais desmedidos, menos obedientes e menos habituais do que os nossos.

No Ecce Homo, este homem, que fez da reconquista da sua saúde uma vitalidade ascendente e um contrapoder face à doença que o perseguia e atormentava, preveniu que as palavras mais silenciosas e mais secretas são, muitas vezes, as que prenunciam a tempestade e que os pensamentos que chegam com «passo de pomba» são, frequentemente, os que mudam o mundo e dirigem o futuro. Há tempos, como o nosso, em que o que aconteceu já antes se perseguia a si próprio, mas poucos souberam ler as letras desse aviso prévio. Dito de outro modo, o que agora tem acontecido foi detectado, previsto e anunciado antes de acontecer. Poucos, porém, se deram conta disso e esses poucos não eram os que mais podiam e deviam prestar atenção ao que era muito mais importante do que aquilo a que eles dedicavam o seu interesse.

Isso sucedeu assim, porque aquilo a que hoje chamamos presente estava já a nascer submergido no mar daquilo a que damos o nome de passado. O seu silencioso e secreto movimento dirigia-se para o futuro desse passado, que é, agora, o nosso presente.

Tal avanço decorreu sob a forma de uma onda, primeiro quase imperceptível a formar-se e, depois, pouco a pouco, a crescer, ágil e volumosa. Essa maré foi-se aproximando, com uma velocidade que aumentava, transportando uma ameaça sem recuo, pois não houve obstáculos fortes ou suficientes para deter o seu avanço, quebrar o seu ímpeto ou mudar o seu curso.

Os actuais e já demorados tempos da política nos Estados Unidos da América, com a reprodução, accionada pelo desejo mimético (René Girard), em tantos outros lugares do planeta, parecem existir, na sua perturbação, na sua perversidade e no seu perigo, para dar razão e cumprimento a um livro, que se tornou um clássico do género: A Cultura do Narcisismo: A vida americana numa era de redução das expectativas, publicado pela primeira vez em 1979 pelo historiador e sociólogo Christopher Lasch.

Lasch foi aluno, na Universidade de Columbia, de Richard Hofstadter, autor, na década de 60, das obras Anti-intellectualism in American Life e The Paranoid Style in American Politics, esta última sobre as teorias conspirativas do complot na direita radical e populista. Antes, em 1944, havia publicado Social Darwinism in American Thought, 1860–1915 e, em 1955, The Age of Reform, sobre a ideia da superioridade da América rural perante a urbana e a sua influência na vida política do país, sob a forma do culto de um ethos agrário como homenagem dos americanos à pureza e à inocência imaginárias das suas origens nacionais. Lendo estes livros compreendemos melhor o que se tem passado nos últimos anos e o que novamente aconteceu nos Estados Unidos.

Se observámos bem a campanha eleitoral vencedora das eleições presidenciais norte-americanas, concluímos que ela foi construída como um vórtice incessante, tumultuoso e dionisíaco, cujo centro foi um Eu omnipresente e agigantado, exibido e louvado, hipertrofiado e obsessivamente autonomeado e nomeado por todos. Esse Eu foi excitadamente ostentado, tal qual a estátua do deus Príapo, filho de Dionísio e de Afrodite.

Neste novo e violento deus americano, que intenta dominar o mundo e inaugurar (ou será refundar?) uma religião política e cultural, o seu sexo é o seu Eu — e esse Eu atribui-se a si próprio as funções lascivas e fecundadoras que o outro e mais literal sexo se arroga de possuir.

Esse Eu descomunal, no vaivém incansável entre o passado mítico e o porvir enganadoramente restaurador desse passado inventado e ilusório, exerce as funções agressivamente másculas e varonis que visam restabelecer, com urgência e com rancor, uma civilização patriarcal, pecuniária, fazendeira, rude e brutal, que considera estar assustadoramente posta em causa ou mesmo em perigo.

O culto ctónico, subterrâneo e sombrio deste Eu másculo, musculado e maiúsculo, que apenas reconhece e consente os mesmos e nunca os outros, os súbditos e jamais os iguais, faz do mundo o incomensurável espelho onde se olha para se ver, onde se vê para se exaltar e onde se exalta para ameaçar, conquistar, possuir e dominar.

Ao contrário do Narciso grego, este Narciso americano (e também os dos outros continentes e países que o mimetizam) troca o lago de águas calmas e fixas, em que o antigo rosto incansavelmente se contemplava, pelos fluxos frenéticos e fulminantes dos ecrãs. São eles que lhe garantem a amnésia que rasura o passado, o medo que mina o presente e a mentira que manipula o futuro.

Dono de todas as técnicas e de todas as tecnologias que o tornam omnipresente e ubíquo, este Eu constrói-se no desprezo pelo outro e apresenta-se como o «self-made me» de um «self-made man» que nada deve a ninguém e a quem todos devem tudo.

Adora-se, como se adorasse um ídolo, na sua imagem publicitada, propagada, propagandeada, nos ecrãs de todo o mundo. Catapultado, popularizado e celebrizado pelos dispositivos televisivos de entretenimento como um bufão e um rufião, é um Midas ao contrário. Em correspondência com esse anti-dom tornado dom, criou uma estética anti-estética e uma estilística sem estilo. A contradição é o seu reino. A luz que sobre ele incide projecta no mundo uma sombra que alastra e cobre.

Nele, tudo tem sentido, mas o que não tem sentido é o sentido que isso tudo tem. A mentira é a sua mais aclamada verdade, a vulgaridade é a sua mais visível distinção, o descrédito é o seu mais potente crédito. É de tudo isso — e de conseguir convencer e vencer, com isso e apesar de tudo isso — que o seu narcisismo se alimenta e se engorda, que o seu amor próprio se enfatua e inflama, que a sua certeza de si se confirma e reforça.

Essa atitude narcísica, que é psicológica, política e ética, ajuda também a explicar um culto acintoso e uma prática despudorada, na escolha de pessoas para o desempenho de altos cargos públicos, que usa como primeiro critério para as nomeações os laços de família e os vínculos de amizade e fidelidade pessoal.

Diz-se, porventura apocrifamente, que o rei absolutista Luís XIV de França afirmou: «O Estado sou eu.» Mesmo sem afirmar, o americano afirma: «Eu sou o Estado», acrescentando, «E o Estado é meu».

Uma pergunta torna-se óbvia e inevitável. Como é então possível que uma «sociedade livre e aberta», ou assim tida como tal, escolha esta figura para a representar e dirigir, atribuindo-lhe o vértice do poder?

A Cultura do Narcisismo fala do desencanto, do pessimismo e mesmo do desespero que, quando foi escrito, começavam a substituir, na sociedade americana, a mitologia cinematográfica iniciada com O Nascimento de uma Nação, de D. W. Griffith, que mitificava a «gloriosa senda dos pioneiros» e olhava, como justificadas pelo cumprimento de um perpétuo mandamento divino («God Bless America»), as supremacias e as prepotências que garantiam um predomínio (pré-domínio) aos Estados Unidos da América e alentavam a sua mística patriótica. Como é sabido, o sentimento doloroso de decepção e o pressentimento negativo da decadência são os grandes geradores do ressentimento, do irracionalismo, da depressão e da regressão.

Partindo dos conceitos psicanalíticos clássicos de narcisismo, tema a que Freud dedicou uma especial atenção teórica, Christopher Lasch concede ao fenómeno individual o alcance e a adaptação, a refracção e a projecção, que o situa no domínio colectivo. E, a partir dessa noção instrumental, analisa os fenómenos culturais, políticos, sociais e antropológicos a uma luz que mostra o que estava oculto e habitualmente não se via.

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Duane Michals, Narcissus [Narciso], 1986 © Fotografia: Scala, Florença / Art Resource, Nova Iorque / Addison Gallery of American Art, Phillips Academy, Andover

 

Este intelectual americano identifica, entre outros, na burocratização da vida, na proliferação cansativa das imagens, nas ideologias terapêuticas, no esvaziamento da vida interior, no culto do consumismo, nas transformações radicais da vida familiar e social, os motores que fizeram avançar velozmente o narcisismo, dando-lhe uma diferente natureza e uma escala até aí ignorada.

Este narcisismo exibe-se numa agressiva e arriscada metamorfose — a que o torna menos um amor imoderado de si e mais um ódio selvagem ao outro. É por isso que este narcisismo é, mais do que uma auto-admiração ou uma auto-estima, uma raiva renovada, incontida e, antes de tudo, uma defesa — mas uma defesa agressiva, que se conhece bem, sabendo que a sua melhor arma é o ataque.

Recusando ser um manual moralista que enaltece virtudes e condena vícios, este ensaio, que alcançou uma reputação de lúcida profecia, não quer, contudo, patologizar o que observa, e reconhece que o individualismo e o egoísmo são inclinações dos seres humanos de todos os tempos e que o etnocentrismo é uma tentação de todos os grupos humanos. Mas não se exime de identificar os casos-limite de narcisismo social e os seus descontrolados efeitos políticos de infantilização massificada.

Sobre o que agora aconteceu nos Estados Unidos, é interessante fazer outra pergunta: como é que alguém alcançou de novo o poder que havia perdido depois de ter profanado o símbolo maior e mais sagrado desse poder, do Estado que o legitima e da Nação em nome da qual ele se exerce?

A resposta é simples e inquietante: é que o poder simbólico do profanador tornou-se mais potente e mais atraente, mais eficaz e mais brutal do que o poder simbólico do símbolo maior que foi por ele profanado…

Do narcisismo, como Flaubert disse da estupidez (o «Assunto» da Electra 2), pode também afirmar-se que é de todos os tempos, mas que cada tempo tem o seu narcisismo. O do nosso tem mostrado ser um germe omnipresente em todos os aspectos da vida individual e colectiva, activo nos vários sistemas políticos, culturais, económicos e sociais, originando, de modo directo ou indirecto, próximo ou remoto, as maiores perversões, excessos e arbitrariedades, que põem em causa os códigos éticos primordiais e as regras fundadoras da convivência.

Um dos campos em que esta tendência se tornou gritante manifesta-se na decadência do sistema educativo, em que a degradação da autoridade da escola se misturou com uma potenciação mútua narcísica entre pais e filhos, assente naquilo que os franceses chamam a ideologia do «enfant-roi», a «criança-rei».

Observou também o autor de A Cultura do Narcisismo uma ruptura e um declínio do sentido da continuidade histórica, com a perda da consciência da sucessão das gerações e da transmissão de uma memória, de uma herança e de uma responsabilidade. A verificação empírica desta situação leva muitas vezes a que se oiça o comentário dos mais velhos sobre os mais novos: «Eles agora acham que o mundo começou com eles.»

O ensaio de Lasch nota ainda a fuga apressada e constante para se viver o instante, fazendo disso um culto do efémero e uma paixão propulsora da procura de um bem-estar egoísta e superficial, configurando um hedonismo do momento que desconhece o trágico e ignora a morte, trocando-os pelo humor sem intervalo e pelo riso sem descanso.

Esse impulso, que corre atrás de tudo o que é novo e que se apresenta sob a forma de novidade («O novo» é o «Assunto» da Electra 26), gera também o desejo e a ilusão de se querer conservar e prolongar ilimitadamente a juventude («Jovens para sempre» é o tema central da Electra 5). É o narcisismo que está na raiz deste propósito tornado uma compulsão existencial, física e mental, sem precedentes.

O narcisismo actual contém também em si um ímpeto infrene para a competição e, ao mesmo tempo, um medo nervoso da competição. Esta contradição apresenta-se como um movimento que procura uma conciliação impossível, pois a vontade de competir é a vontade de vencer e o medo de competir é o medo de perder. Há quem reconheça, no actual estádio do capitalismo, esta atracção bipolar pelo jogo e o risco dele, fomentando aquilo a que alguns já chamaram «o capitalismo de casino».

Há quem caracterize a sociedade de hoje como aquela que está constituída na mercantilização dos sujeitos e dos objectos, dos seres e das coisas, e que se funda num sistema complexo de trocas voluntárias ou impostas pela astúcia, pelo delírio ou pela força. Tal sociedade é aquela que se aproxima da utopia, simultaneamente carnal, descarnada e desencarnada, do Marquês de Sade. Diz Lasch:

Sade imaginava uma utopia sexual em que toda a gente tinha o direito a toda a gente, em que os seres humanos, reduzidos aos seus órgãos sexuais, se tornassem absolutamente anónimos e intermutáveis; a sociedade ideal deste autor reafirmava, portanto, o princípio capitalista de que os seres humanos são, em última análise, redutíveis a objectos intermutáveis. Por outro lado, Sade absorveu a descoberta de Hobbes — que a destruição do paternalismo e a subordinação de todas as relações sociais ao mercado tinha eliminado por completo as remanescentes restrições, mas também as ilusões mitigadoras da guerra de todos contra todos — e tirou dela uma nova e surpreendente conclusão: no consequente estado de anarquia organizada, percebeu Sade claramente, o prazer é a única finalidade da vida — um prazer que é, contudo, indistinguível da violação, do homicídio e de uma agressividade desabrida. Com efeito, numa sociedade que reduziu a razão à mera faculdade de cálculo, esta razão não tem capacidade para impor limites à busca do prazer, à satisfação imediata de todos os desejos, por muito perversos, insanos, criminosos ou simplesmente amorais que sejam.1

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Giovanni Antonio Boltraffio, Narciso alla fonte [Narciso na fonte], c. 1500 © Galleria degli Uffizi, Florença

 

O livro de Christopher Lasch encontrou também um bom alimento para a sua reflexão na obra do situacionista Guy Debord. O narcisismo e a «sociedade do espectáculo» encontram-se a todo o momento numa euforia fútil e alucinada que procura a notoriedade, a celebridade, os quinze minutos de fama de Andy Warhol («A Fama» é o «Assunto» da Electra 11). Os grandes aliados desta sociedade narcísica são a propaganda e a publicidade, o festival e o festejo (eventos, animações, lançamentos, vernissages, finissages, comemorações), operando continuamente para a mercantilização de tudo e de todos, e para a objectivação que confisca, submete, anula, comanda ou controla todas as subjectividades.

Lasch atribui também a este culto do narcisismo o império do cinismo que torna tudo insignificante, indiferente, equivalente e insensível. Ao contrário do cinismo tradicional, que era racional e frio, este novo cinismo é emotivo e quente: troca os sentimentos livres, considerados inúteis ou inconvenientes, por um sentimentalismo obrigatório e superficial, gratuito e vaidoso, conformista e de uma gritante e até obscena vulgaridade kitsch, que explora o primarismo das emoções e a agressividade das pulsões. O ócio («O ócio e o lazer» é o «Assunto» da Electra 21), na sua formatação contemporânea, é o estado que corresponde a este cinismo existencial, político e moral.

Publicado na época do começo da afirmação vitoriosa do neoliberalismo (é neste ano de 1979 que Margaret Thatcher se torna primeira-ministra do Reino Unido, dois anos antes de Ronald Reagan se tornar Presidente dos Estados Unidos), A Cultura do Narcisismo soube ver para além do que se via. E foi capaz de decifrar alguns sinais subterrâneos que depois viriam a surgir à luz, avolumando a sua importância até ocuparem o proscénio no palco do nosso tempo.

Desde o livro de Lasch, muitos outros livros estudaram o fenómeno e a sua institucionalização crescente. A obra Du narcissisme: individualisme et amour de soi à l’ère postmoderne, de Jean-Christophe Torres, foi publicada em 2012. Propondo-se estudar o fenómeno que se tornou um dos principais rostos do nosso tempo, o livro sinaliza uma espécie de inversão que mudou o valor moral do narcisismo — de defeito passou a ser uma qualidade e mesmo um apreciado instrumento de afirmação, de reconhecimento e de êxito (pessoal, amoroso, profissional, social, cultural, mediático, político).

O narcisismo como feição notória da personalidade passou a ser identificado com o charme que seduz e agrada aos outros. Mas «esta característica individual é muito mais do que uma simples coqueteria ou um sinal distintivo: é a marca fundamental de uma nova cultura e a realidade dominante das sociedades contemporâneas. Somos todos narcisistas em vários graus. Ou melhor, temos injunções muito fortes a sê-lo, e ai daquele que se exclui delas por excessiva fraqueza ou modéstia».

Uma economia em larga medida baseada no desejo tem de produzir subjectivações que façam do desejo de si um desejo de compra e de venda. Se juntarmos a isto a crise dos valores tradicionais e o declínio da antiga autoridade, nas suas várias formas, modelos e instâncias, concluímos que está criado o ambiente psicológico e social para estimular «um amor desinibido e imoderado por si mesmo», libertando-o de todos os constrangimentos, reservas ou pudores. Tudo isto cria grandes tensões individuais e colectivas, originando choques culturais e sociais sem precedentes.

No nosso tempo, de que é um sinal e um sintoma, este amor apaixonado por si próprio é visto como virtuoso, apoiado e valorizado nas suas múltiplas manifestações: do culto do enfant-roi à glorificação dos corpos, da emancipação dos vínculos afectivos à valorização explosiva e obsessiva do lazer.

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Autor desconhecido, Narciso no poço, c. 1500 © Fotografia: Scala, Florença / Museum of Fine Arts, Boston

 

Por tudo o que foi dito, actualiza-se, de novo, nesta edição o propósito da Electra de ir desenhando o rosto, feito de vários rostos, do nosso tempo. Esse objectivo não poderia ser realizado sem um «Assunto» dedicado a «O narcisismo».

Como nos mostra a política americana actual, em que o «nós» («We the People») foi anulado, banido e substituído pelo absolutizado e avassalador Eu, não é possível percebermos o que está a acontecer sem espreitarmos por detrás do novo Narciso para surpreendermos a sua imagem extasiada, mas já não melancólica, no espelho onde ele incessantemente se fita e se adora.

Da política à escola, da família à arte contemporânea («Sobre arte contemporânea» é o «Assunto» da Electra 14), dos meios de comunicação de massas (as televisões e as redes sociais são uma permanente orgia narcísica: este é o tema principal da Electra 4) às artes da mesa com os seus chefs vedetas («A Comida» é o «Assunto» da Electra 13), da sociedade do espectáculo ao erotismo, da economia à filantropia, da religião à literatura, o narcisismo é a chave que abre as portas que nos deixam entrar para observar e tentar compreender o nosso tempo e o nosso mundo.

Quem leu este «Editorial» decerto reparou que fomos, nele, falando de temas a que o tema «O narcisismo» se liga, lembrando as anteriores edições da Electra que os tratam nos seus vários dossiers. Nunca, num «Editorial», nos referimos tanto a nós como desta vez.

Esperamos que o leitor veja neste reiterado impulso narcísico que tivemos a confirmação mais eloquente de que «O narcisismo» é, além de muito oportuno nestes dias inquietos e especulares, um «Assunto» indispensável, profilático e mesmo catártico.

1. Christopher Lasch, A Cultura do Narcisimo, Trad. Maria José Figueiredo, Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2024, p. 93.