Planisfério
Rap crioulo: a trilha sonora da periferia
Otávio Raposo

«Ao narrarem as suas experiências em territórios marginalizados e desafiarem a posição de subalternidade ocupada pelos afrodescendentes na sociedade portuguesa, os rappers forjavam uma identidade colectiva que servia de “abrigo” num meio marcado por situações adversas», diz--nos o antropólogo Otávio Raposo nesta breve história do rap crioulo em Portugal. Falando dos seus aspectos artísticos, culturais, políticos e sociais, conta-nos como esta música underground da periferia foi conquistando relevância e difusão: «Menosprezado pelas editoras, rádio e outros meios de comunicação hegemónicos, o rap crioulo actualmente é um dos estilos musicais mais dinâmicos da juventude portuguesa, mobilizando artistas e uma legião de fãs que se utilizam das novas tecnologias de produção e divulgação para se fazerem visíveis».