Adam Phillips é actualmente um dos mais reconhecidos psicanalistas, críticos literários e intelectuais públicos no Reino Unido. Já escreveu vinte e cinco livros sobre psicanálise, literatura e cultura, sobre temas que vão de Freud e Winnicott a Sebald e Houdini. É o organizador das novas obras completas de Sigmund Freud na colecção Modern Classics da Penguin e professor convidado de literatura inglesa na Universidade de York. O seu novo livro, On Wanting to Change, discute de que maneiras e porque é que mudamos, e a urgência de termos mais conversas e menos conversões.
Adam Phillips dirigiu o serviço de Psicoterapia Infantil do Hospital de Charing Cross em Londres, e hoje trabalha como psicanalista e Professor Convidado de Literatura Inglesa na Universidade de York. Considerado um dos mais destacados psicanalistas e críticos literários no Reino Unido, é autor de uma extensa lista de livros, entre os quais Attention Seeking (2019), In Writing (2017), Unforbidden Pleasures (2015), Becoming Freud (2014), Missing Out (2012), Intimacies (com Leo Bersani, 2010), Darwin’s Worms (2000), On Kissing, Tickling, and Being Bored (1993) e Winnicott (1988). Membro da Royal Society of Literature, colabora regularmente com o London Review of Books, The Observer, The Raritan e The New York Times. Foi o editor das obras de, entre outros, Edmund Burke, Charles Lamb, Walter Pater, John Clare e Richard Howard, e conta, entre os seus ilustres admiradores, com escritores como Will Self, Zadie Smith ou Jonathan Safran Foer. Um dos maiores peritos na história da psicanálise e em Sigmund Freud, Adam Phillips foi também convidado pela Penguin Press para ser organizador da nova edição em inglês das obras completas de Freud em dezassete volumes, relançando-o ao público, menos como autor de textos científicos do que como uma figura literária maior.
Adam Phillips foi considerado por John Banville «um dos mais elegantes estilistas de prosa na língua inglesa, um Emerson da nossa era», e elogiado por Judith Butler como um dos poucos autores que «pensaram e repensaram a psicanálise em termos decisivos para a cultura contemporânea». Mais do que qualquer outro crítico, os seus ensaios têm teorizado a relação da psicanálise com a escrita, da terapia com a leitura, apresentando a primeira delas como um parente mais próximo da literatura do que da ciência. Embora sonantes, os títulos dos seus livros são enganadoramente simples, escondendo ensaios perspicazes e eruditos que cobrem um vasto espectro de temas, de Nietzsche a Pessoa, de Shakespeare a Lacan, de Karl Kraus a Marianne Moore, ou de J.-B. Pontalis a Frederick Seidel. Abarcam tudo, desde teorias sobre alta-costura e desarrumação doméstica até histórias da insinuação e das primeiras impressões. O estilo caracteristicamente aforístico dá forma a um ímpeto provocador de refutar certos clichés modernos, manifestando-se tanto contra as ideias de autocrítica e conhecimento, diagnóstico e cura, como a favor da solidão, do aborrecimento ou das chamadas de atenção. A entrevista para a Electra foi realizada pelo telefone dias depois do lançamento do novo livro de Adam Phillips, On Wanting to Change [Sobre querer mudar], no qual o mais eminente dos «psicanalistas literários» desmonta o constante apelo contemporâneo para mudarmos as nossas vidas, como parte do mito liberal de progresso que condena a ideia de conversão que remonta a São Paulo ou Santo Agostinho. Nesta conversa, Adam Phillips fala sobre algum do seu trabalho como ensaísta literário e também do futuro da psicanálise.
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