Dividida (ou multiplicada) entre Lisboa e Trás-os-Montes, entre a cidade e o campo, a pintora Graça Morais vem mantendo, ao longo dos anos, um diário intermitente, onde regista, em imagens e palavras, as suas impressões e as suas reflexões sobre o que vai vendo e o que vai vivendo. Nesse diário, desenha os frutos da terra, as figuras dos animais, os rostos humanos ou as vítimas da guerra, acompanhando essas anotações visuais de comentários verbais directos e velozes. Neste «Livro de Horas», dão-se a conhecer, correspondendo a tempos diferentes, algumas páginas inéditas dos cadernos dos diários da artista, que correm ao lado de uma vasta e reconhecida obra, desenvolvendo com ela um diálogo descontínuo, mas incessante e esclarecedor.