Diagonal
Um Príncipe pós-moderno para a bubble democracy?
Damiano Palano

Há quase sessenta anos, o realizador italiano Florestano Vancini, no filme Le stagioni del nostro amore (1966), captou com um extraordinário sentido de oportunidade os primeiros sinais de uma desilusão colectiva própria da época. No filme, o protagonista — um intelectual de esquerda maduro e já desencantado — regressa à sua cidade natal, onde tinha participado na Resistência vinte anos antes. Depois de se ter tornado um importante jornalista e de ter abandonado o partido, visita os seus antigos camaradas de luta. Mas, a pouco e pouco, apercebe-se de que a crise pessoal e política que estava a atravessar era, na realidade, a crise de um mundo inteiro.