A atenção é um bem escasso e precioso cuja captação tem o custo de uma autêntica «guerra civil» à escala universal. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. Para captar a atenção, criaram-se os mecanismos mais sofisticados, inventaram-se tácticas cujo objectivo é tornar-nos reféns passivos e anestesiados. Uma economia da atenção tornou-se assim um domínio poderoso da economia geral, potenciado em larga escala pelas novas tecnologias para as quais a atenção é um capital absoluto. A capacidade de atrair a atenção e, por conseguinte, de entrar na lógica da disputa e da concorrência que lhe é inerente é a condição a que está submetido não apenas o domínio estrito da economia, mas também tudo o que releva da vida política e cultural. Hoje, a atenção, ela própria, é objecto de atenção e estudo. A este tema de grande actualidade, respondem os artigos que lhe dedicamos neste número da Electra.
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