Assunto
Estupidez

A estupidez é de todos os tempos, mas cada tempo tem a sua estupidez. Flaubert serviu-nos de inspiração, ao definir as formas de uma estupidez que não é a eterna, nem a intemporal, mas que se revela como sintoma de uma época e lhe empresta as suas características — isto é, os lugares-comuns, as ideias feitas, as palavras gastas, constituindo, na sua rigidez e presunção, manifestações com a dureza da rocha. Trata-se, portanto, neste nosso tempo da inteligência artificial, de pôr em evidência, analisar e interpelar algumas figuras da estupidez contemporânea, a qual não pode ser inteiramente designada sem recorrermos a uma outra palavra pertencente ao mesmo campo semântico: a idiotia.