Vista de Delft
Paris: o respirar da história
Adolfo Luxúria Canibal

«Porque em Paris cada esquina nos segreda História» — é assim que termina a evocação desta cidade construída, mais do que qualquer outra, de espaço-tempo. Na apresentação que dela faz, o músico e escritor Adolfo Luxúria Canibal mistura memórias de todos e memórias só dele. O seu olhar não ignora outros olhares, mas dá ao que vê a autenticidade da experiência pessoal de quem aí viveu durante cinco anos. Desta cidade «cosmopolita e aldeã», na qual viver é uma arte e onde a realidade nunca se despede do seu imaginário, fala-nos com uma voz nostálgica o vocalista dos Mão Morta, enquanto por nós passa, como uma sombra feita de luz, o vulto de Isidore Ducasse, o Conde de Lautréamont.